terça-feira, março 27, 2007

Domingo Sem Deus na Terra da Solidão


Todo o dia e sem parar, ele ouvia uma mesma voz que dizia: "Foge para o mar! Aqui estão todos sós!". Quando a peste da solidão se abateu sobre o seu olhar, recusou e disse que não: Que era o medo de amar. E fugiu, voltou para casa sem um pio, sem um som, engoliu a madrugada e dormiu, e sonhou, já o dia gritava: "Vem, vem! E gasta essa esperança, seu filho da mãe! Esquece essa coisa do Mal e do Bem! E gasta-te todo e a tudo o que tens!". E acordou, acordou sem cedo ou tarde: murmurou, tropeçou, pela casa, pelo carro, e avançou pelo cais, já a as águas chamavam: "Vem, vem! E gasta essa esperança, seu filho da mãe! Esquece essa coisa do Mal e do Bem! E gasta-te todo e a tudo o que tens!".

Texto de JP Simões, musicado pelo Quinteto Tati

3 Comments:

Blogger D. said...

a estação vazia faz-nos pensa que a hora não era tão cedo como se previa.

27/3/07 21:50  
Blogger José Carlos Gomes said...

Nem era tarde nem cedo: era Domingo Sem Deus na Terra da Solidão. :)

28/3/07 18:16  
Blogger Unknown said...

José Carlos:

Are you the person who was in the IMF Institute in 1980, in the course Public Finance?

If the answer is yes, please write to me to the following mail:
susygamarraf@gmail.com

30/6/07 17:14  

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